**Por que os adversários de Trump não conseguem impedir as tarifas do primeiro dia sobre a China, México e Canadá**
A presidência de Donald Trump trouxe consigo uma abordagem econômica e comercial que desafiou as normas estabelecidas. Desde o início de sua campanha, Trump fez questão de se posicionar como um antípoda do livre comércio, prometendo combater o que considerava práticas desleais por parte de países como China, México e Canadá. Ao assumir a presidência, ele rapidamente se decidiu a implementar tarifas pesadas sobre as importações desses países, começando logo no seu primeiro dia de mandato.
O que muitos não perceberam foi que a tática de negociação de Trump não se baseava apenas em promessas vazias, mas em uma estratégia cuidadosamente calculada que alavancava sua imagem de outsider. Ao ameaçar tarifas de até 25% sobre produtos mexicanos e canadenses, enquanto impunha uma taxa adicional de 10% sobre produtos chineses, Trump capturou a atenção das bolsas de valores e provocou reações em cadeia nos mercados globais, levando os investidores a se questionarem sobre a viabilidade de suas propostas.
A dificuldade que seus adversários enfrentaram para impedir essas tarifas pode ser explicada por alguns fatores históricos e contextuais. Primeiro, a economia global já estava em um estado de estresse, principalmente após a crise financeira de 2008. Os governos estavam buscando maneiras de proteger suas economias, e muitos viam as tarifas como uma forma de promover indústrias domésticas.
Além disso, Trump utilizou uma retórica que ressoou com uma parte significativa da população americana. Ele posicionou-se como um defensor da classe trabalhadora, prometendo trazer empregos de volta aos Estados Unidos e combatendo a suposta exploração de acordos comerciais injustos. Isso gerou um apoio considerável entre eleitores que se sentiram deixados para trás pela globalização.
Outro aspecto a considerar é o papel do Congresso. Embora o legislativo tenha o poder de controlar tarifas e regulamentações comerciais, a administração de Trump, como a maioria das administrações recentes, tinha uma considerável margem de manobra em matéria de política comercial. A Lei de Relações Comerciais de 1974 permite que o presidente implemente tarifas de emergência para proteger a indústria americana, o que Trump utilizou ao justificar suas ações sob a premissa de proteger a segurança nacional.
Ademais, a polarização política nos Estados Unidos durante o seu mandato significou que oposição a Trump geralmente havia mais em jogo do que apenas política comercial. Os adversários frequentemente se viam atolados em batalhas culturais e ideológicas que os desviavam de uma oposição focada e unificada às suas políticas econômicas.
Consequentemente, enquanto a ameaça de tarifas agressivas continuava a ser uma nuvem pairando sobre as relações comerciais internacionais, os adversários de Trump encontraram-se em uma posição defensiva. Mesmo que discordassem de suas políticas, a eficácia de sua retórica populista e a polarização política tornaram-se barreiras significativas para impedir suas iniciativas no cenário econômico.
Assim, as tarifas imposta por Trump logo tornaram-se não apenas uma tática de negociação, mas também um símbolo de sua visão de redefinir o papel dos Estados Unidos no comércio global, colocando em xeque a ordem econômica estabelecida que havia prevalecido nas últimas décadas.