Líbano: Portugal Inicia Processo de Repatriamento de 24 Portugueses, Incluindo Duas Crianças

Atualidades. Internacional Notícias Policiais Segurança Pública

O governo português já deu início ao processo de repatriamento de 24 cidadãos portugueses, incluindo duas crianças, que se encontravam em situação de risco no Líbano, após a recente escalada de violência no país. O Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) confirmou que as autoridades nacionais estão a coordenar a operação de evacuação em estreita colaboração com a Embaixada de Portugal em Beirute e outras entidades internacionais, com o objetivo de garantir a segurança dos cidadãos.

Escalada de Violência no Líbano

O repatriamento surge em resposta à intensificação dos confrontos armados no sul do Líbano, entre o exército libanês e grupos militantes, incluindo o Hezbollah, que têm gerado uma crescente instabilidade em várias áreas do país. A situação de segurança no Líbano, em particular nas regiões próximas à fronteira com Israel, tem-se deteriorado, com relatos de bombardeios, ataques aéreos e confrontos entre facções.

O MNE já havia emitido um alerta aconselhando todos os cidadãos portugueses no Líbano a evitar áreas de conflito e a manterem-se em contacto com a embaixada. De acordo com uma nota oficial do ministério, “as condições de segurança no país continuam altamente voláteis, e é imperativo que os cidadãos portugueses em situação de vulnerabilidade regressem ao território nacional o mais rapidamente possível”.

Leia também: Relatório de análise de tamanho, participação e tendências do mercado de veículos comerciais especializados

A Operação de Repatriamento

Fontes diplomáticas confirmaram que os 24 portugueses a serem repatriados incluem residentes no Líbano e turistas que se encontravam no país no momento da escalada do conflito. O processo de evacuação está a ser conduzido por via aérea, com o apoio logístico da União Europeia e de outras embaixadas europeias presentes em Beirute.

A operação envolve uma coordenação complexa entre o Ministério dos Negócios Estrangeiros, a Embaixada de Portugal no Líbano e as forças de segurança locais, numa tentativa de garantir que todos os cidadãos sejam retirados com segurança. O transporte dos portugueses foi organizado em várias fases, com prioridade para as famílias com crianças e os cidadãos em situação mais vulnerável.

Entre os cidadãos a repatriar, encontram-se duas crianças, que estão sob a proteção consular desde o início da crise. Fontes próximas da operação confirmaram que os cidadãos se encontram em segurança, mas a situação no terreno é descrita como “extremamente volátil”, com a possibilidade de novos confrontos a qualquer momento.

Reações do Governo Português

O Ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, já veio a público prestar esclarecimentos sobre o processo de repatriamento, destacando que o governo português está a “monitorizar de perto” a situação no Líbano e a tomar todas as medidas necessárias para assegurar a integridade física dos cidadãos portugueses. “Estamos a trabalhar em estreita colaboração com as autoridades libanesas e com os nossos parceiros internacionais para garantir que esta operação decorra de forma célere e segura”, afirmou o ministro em declarações à imprensa.

João Gomes Cravinho acrescentou ainda que o MNE continua disponível para apoiar qualquer outro cidadão português que se encontre no Líbano e deseje regressar ao país, apelando para que mantenham contacto regular com a Embaixada de Portugal em Beirute e sigam as recomendações de segurança emitidas pelas autoridades.

Apoio Consular e Logístico

A Embaixada de Portugal no Líbano tem estado a desempenhar um papel crucial na organização desta operação de repatriamento, fornecendo apoio consular direto aos cidadãos afetados pela crise. Além de garantir o transporte para fora do país, a embaixada tem fornecido assistência logística, como o auxílio na obtenção de documentos de viagem, e apoio psicológico, especialmente para as crianças e famílias em situação de maior vulnerabilidade.

De acordo com um comunicado emitido pelo MNE, “todos os esforços estão a ser feitos para assegurar que nenhum cidadão português seja deixado para trás e que a sua evacuação seja efetuada em segurança”. O mesmo comunicado indica ainda que as autoridades portuguesas continuam em contacto com outros países europeus que estão a realizar operações semelhantes de retirada dos seus cidadãos do Líbano.

A Gravidade da Situação no Líbano

O Líbano, que já enfrentava uma grave crise económica e social, tem agora de lidar com o impacto de uma escalada militar que coloca ainda mais pressão sobre a população local e estrangeira. A crise política e os constantes confrontos armados tornaram várias áreas do país inseguras, levando à evacuação de embaixadas e ao aumento de operações de repatriamento de cidadãos estrangeiros.

Em Beirute, capital do país, o ambiente é de incerteza, com muitos residentes a deixarem as suas casas em busca de refúgio noutras regiões ou países. As infraestruturas essenciais, como eletricidade e fornecimento de água, estão comprometidas em algumas áreas devido aos bombardeios, o que agrava ainda mais as condições de vida da população.

A comunidade internacional, incluindo as Nações Unidas e a União Europeia, tem apelado à calma e à negociação de um cessar-fogo imediato, mas os esforços diplomáticos até agora não resultaram num acordo sólido entre as partes envolvidas no conflito.

Apelo às Famílias e Reforço das Medidas de Segurança

O governo português tem emitido repetidos alertas para que qualquer cidadão português no Líbano evite deslocações desnecessárias e siga rigorosamente as orientações das autoridades locais e da embaixada. Em face da escalada da violência, o MNE está preparado para lançar novas operações de repatriamento, caso a situação se agrave ainda mais.

Até ao momento, não há relatos de cidadãos portugueses feridos durante os confrontos no Líbano, mas as autoridades continuam a monitorizar de perto a evolução da situação e estão em constante contacto com os cidadãos que ainda permanecem no país.