Câmara de Lisboa propõe atribuição de 4 milhões de euros às juntas de freguesia para reforço da higiene urbana

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A Câmara Municipal de Lisboa pretende disponibilizar mais 4 milhões de euros às 24 juntas de freguesia da cidade, com o objetivo de reforçar as ações de higiene urbana. A proposta surge como parte do esforço contínuo para melhorar a limpeza e a manutenção dos espaços públicos da capital, visando responder às necessidades crescentes de uma cidade em constante movimento e desenvolvimento.

O foco no reforço da limpeza urbana

A proposta do executivo camarário prevê que o montante adicional de 4 milhões de euros seja distribuído entre as juntas de freguesia, que são responsáveis por uma parte significativa das operações de limpeza e manutenção do espaço público. Com este reforço, espera-se que as juntas possam adquirir mais recursos, como equipamentos e pessoal, para intensificar as atividades de limpeza, especialmente nas zonas mais movimentadas e turísticas da cidade.

Este investimento surge numa altura em que a Câmara tem enfrentado críticas de vários setores da sociedade civil e de moradores, que têm apontado falhas na limpeza urbana e a acumulação de lixo em várias áreas da cidade. A gestão dos resíduos e a higiene das ruas tornaram-se temas centrais de debate nas últimas assembleias municipais, com vários partidos a exigirem mais ações concretas para combater o que consideram ser uma deterioração das condições de limpeza na cidade.

A distribuição dos fundos

De acordo com a proposta, a distribuição do montante será feita com base nas necessidades específicas de cada freguesia, tendo em conta a densidade populacional, o número de turistas que circulam nas áreas, e as características particulares de cada zona. As juntas que abrangem áreas com maior densidade populacional e maior fluxo de visitantes, como as freguesias da Baixa, Alfama, e Bairro Alto, devem receber uma fatia maior deste investimento, para poderem lidar com o aumento da pressão sobre os seus serviços de higiene urbana.

Os 4 milhões de euros representam uma tentativa de apoio adicional ao orçamento já atribuído anualmente às juntas para a limpeza e manutenção das ruas e espaços públicos. O vereador responsável pela higiene urbana sublinhou que a Câmara de Lisboa pretende, com esta medida, não só responder às preocupações dos munícipes, mas também assegurar que a cidade mantém um nível de limpeza adequado ao seu estatuto de capital europeia e destino turístico de referência.

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Reação das juntas de freguesia

Os presidentes das juntas de freguesia já reagiram positivamente à proposta, sublinhando que o reforço dos fundos permitirá uma maior eficiência nas operações de limpeza e uma resposta mais célere às queixas e solicitações dos moradores. Em declarações, alguns presidentes mencionaram que, nos últimos anos, o aumento da população residente, combinado com o fluxo de turistas, sobrecarregou os sistemas de limpeza e recolha de resíduos.

“Este reforço financeiro é bem-vindo e permitirá que possamos adquirir novos equipamentos, como viaturas de recolha de resíduos e máquinas de varredura, além de reforçar as equipas de limpeza que atuam diariamente nas ruas”, comentou o presidente de uma das freguesias mais afetadas pela falta de recursos.

Outras juntas também destacaram a importância deste apoio para fazer face às novas exigências impostas pela crescente urbanização de Lisboa, sobretudo nas zonas mais periféricas, onde o crescimento habitacional tem sido rápido, mas os serviços de limpeza muitas vezes não têm acompanhado esse ritmo.

O impacto do turismo

O aumento do turismo em Lisboa, que tem sido um dos motores da economia local, também contribuiu para um maior desafio na gestão dos resíduos e na limpeza urbana. Áreas como o centro histórico, que recebe milhares de visitantes diariamente, enfrentam uma pressão constante em termos de higiene e limpeza, com um fluxo contínuo de lixo e resíduos a serem gerados por cafés, restaurantes, e lojas de lembranças.

Este reforço de verbas vem também ao encontro das expectativas dos comerciantes, que em várias ocasiões se manifestaram preocupados com o impacto que a falta de limpeza poderia ter na imagem da cidade, afetando a experiência dos turistas e, por conseguinte, a economia local.

Desafios contínuos

Apesar do reforço anunciado, os desafios para a manutenção de uma Lisboa limpa são complexos e contínuos. A questão da higiene urbana vai além da recolha de lixo e varredura das ruas, envolvendo também a sensibilização da população para práticas responsáveis, como a reciclagem e o descarte correto de resíduos. A Câmara tem investido em campanhas de sensibilização, mas reconhece que ainda há um longo caminho a percorrer no que toca à mudança de hábitos por parte de alguns residentes e visitantes.

Outro problema apontado pelas autoridades locais é o vandalismo e o despejo ilegal de entulho, que continuam a ser uma constante em certas zonas da cidade. Estas práticas não só dificultam o trabalho das equipas de limpeza, como também resultam em custos adicionais para a Câmara e as juntas de freguesia, que são obrigadas a mobilizar recursos extras para a remoção de materiais deixados indevidamente nas ruas e outros espaços públicos.