Congresso do PSD: Ana Gabriela Cabilhas afirma que “Não se pode impingir ao Governo um Orçamento desfigurado”

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Durante o Congresso do PSD realizado no último final de semana, a deputada Ana Gabriela Cabilhas manifestou-se de forma contundente sobre o cenário político atual, abordando a discussão em torno do Orçamento do Estado. Segundo a parlamentar, é inadmissível que se imponha ao Governo um documento orçamental que não reflita as prioridades e realidades do país.

Em um discurso que rapidamente gerou repercussão entre os presentes, Cabilhas criticou duramente as tentativas de alguns setores políticos de modificar profundamente a proposta de Orçamento apresentada pelo Executivo. “Estamos a falar de um documento central para o funcionamento do país, que define as áreas estratégicas de investimento e de contenção. Não se pode impingir ao Governo um Orçamento desfigurado, que desvirtue as bases que têm sido defendidas e negociadas até o momento”, declarou.

Uma crítica ao processo de negociação

A deputada destacou que o processo de negociação entre o Parlamento e o Governo, embora natural em regimes democráticos, não deve ser usado de forma oportunista. De acordo com Cabilhas, algumas forças políticas têm tentado usar a discussão orçamental como um instrumento para promover agendas específicas, ignorando o impacto global de suas propostas. “Todos queremos contribuir para um Orçamento mais justo, mas não podemos ignorar que há um equilíbrio delicado a ser mantido. Modificar profundamente certas alocações de verbas ou introduzir despesas sem a devida contrapartida é irresponsável”, afirmou.

Além disso, ela salientou a importância de manter a credibilidade das contas públicas. “O Governo tem trabalhado para garantir a estabilidade financeira do país, e qualquer alteração abrupta no Orçamento pode comprometer essa trajetória. O que estamos a ver, em alguns casos, são propostas que colocam em risco essa estabilidade, apenas para atender a interesses imediatos.”

Debate intenso no Congresso

O Congresso do PSD foi marcado por intensos debates em torno de temas como a saúde, educação e infraestrutura, mas foi a discussão sobre o Orçamento que gerou os momentos mais acalorados. Diversos membros do partido expressaram suas preocupações com as negociações em curso, com alguns pedindo mais flexibilidade por parte do Governo e outros defendendo uma postura mais rígida.

Cabilhas, no entanto, adotou uma posição intermediária, afirmando que, embora seja necessário um diálogo contínuo e construtivo, é fundamental preservar os princípios básicos do Orçamento proposto. “Estamos dispostos a ouvir e a negociar, mas não a qualquer custo. Há linhas vermelhas que não podem ser cruzadas. Um Orçamento é mais do que uma lista de despesas, é um reflexo das prioridades do país e das suas necessidades a longo prazo”, reiterou.

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Reação dos líderes do PSD

A fala de Ana Gabriela Cabilhas recebeu apoio de várias figuras importantes dentro do PSD, que compartilharam a visão de que o processo orçamental deve ser tratado com seriedade e responsabilidade. O líder do partido, Rui Rio, comentou que o discurso da deputada reflete a postura que o PSD pretende adotar nas negociações com o Governo. “Não estamos aqui para travar um combate político vazio. O Orçamento deve servir o interesse nacional, e é nisso que o PSD se concentrará”, afirmou Rio em resposta às declarações de Cabilhas.

Entretanto, alguns setores mais críticos dentro do partido expressaram preocupações com o tom adotado pela deputada, argumentando que o PSD deveria pressionar mais intensamente o Governo por alterações significativas no documento orçamental. Para estes membros, o atual Orçamento proposto falha em abordar adequadamente questões estruturais na economia e no sistema de saúde, áreas que consideram prioritárias.

Impacto na coligação parlamentar

A intervenção de Cabilhas também teve eco entre os partidos da coligação parlamentar. Representantes de outras formações políticas reconheceram que a discussão sobre o Orçamento do Estado é crucial, especialmente em um momento em que o país enfrenta desafios econômicos significativos. Contudo, divergências sobre a forma de abordar certas rubricas orçamentais continuam a ser um ponto de discórdia.

Partidos à esquerda do espectro político, em particular, têm pressionado por maiores investimentos em áreas como a habitação e a saúde, enquanto grupos mais conservadores dentro da coligação defendem uma postura de contenção orçamental, alertando para o aumento da dívida pública. A posição de Cabilhas, portanto, reflete uma tentativa de equilibrar essas diferentes visões, mas sem ceder a pressões que possam comprometer a sustentabilidade fiscal.

PSD busca unidade

O Congresso do PSD serviu, em grande medida, para consolidar as posições do partido em relação ao Orçamento e reforçar a necessidade de unidade interna. Diversos discursos, incluindo o de Cabilhas, enfatizaram que o PSD deve se apresentar como uma força coesa e responsável no cenário político, especialmente em um momento de incertezas econômicas e sociais.

A questão agora é como o partido conduzirá as próximas etapas das negociações, à medida que se aproxima o prazo final para a aprovação do Orçamento. Embora haja consenso de que algumas mudanças são inevitáveis, a mensagem de Ana Gabriela Cabilhas deixou claro que o PSD não aceitará um Orçamento que considere desfigurado ou desalinhado com as necessidades do país.