Tesla incendiou-se na CRIL em Algés: Investigação está em curso

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Um veículo elétrico da marca Tesla incendiou-se na tarde desta quarta-feira, 9 de outubro, enquanto circulava na Circular Regional Interna de Lisboa (CRIL), próximo à saída de Algés, no sentido Lisboa-Cascais. O incidente, que ocorreu por volta das 15h30, obrigou ao corte parcial da via durante várias horas, causando transtornos significativos no trânsito e uma rápida intervenção das equipas de emergência. Apesar da gravidade do incêndio, o condutor conseguiu sair do carro sem ferimentos graves.

O Incidente

Segundo informações fornecidas pela Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), o incêndio começou subitamente na parte inferior do veículo, mais precisamente na zona das baterias. O condutor, que não foi identificado, relatou que notou um cheiro estranho antes de observar uma pequena quantidade de fumo saindo da parte de trás do carro. De imediato, estacionou o veículo na berma da estrada e conseguiu sair, acionando os serviços de emergência.

Poucos minutos depois, o Tesla começou a arder de forma intensa, com chamas que se propagaram rapidamente, uma situação que levou a uma operação rápida e complexa de combate ao fogo. Ao local acorreram várias viaturas de bombeiros, incluindo a corporação de Lisboa e Algés, que, em conjunto, combateram o incêndio.

Dificuldades no Combate ao Fogo

A luta contra as chamas revelou-se particularmente desafiadora devido à natureza do incêndio, uma vez que a maioria dos veículos elétricos, como o Tesla, utiliza baterias de iões de lítio, que são altamente inflamáveis. Este tipo de bateria, quando exposto a temperaturas elevadas ou danificado, pode entrar em combustão espontânea, e os métodos convencionais de combate a incêndios, como o uso de água, não são sempre eficazes.

Os bombeiros relataram que foram necessários mais de 40 minutos para controlar o fogo, tendo utilizado um grande volume de água e agentes extintores específicos para conter a combustão das baterias. Apesar disso, o veículo ficou totalmente destruído, restando apenas a carcaça do automóvel.

Impacto no Trânsito

Devido à necessidade de garantir a segurança na área e à complexidade da operação, as autoridades foram forçadas a cortar duas faixas da CRIL durante várias horas, o que gerou longas filas e congestionamento no sentido Lisboa-Cascais. A circulação foi restabelecida parcialmente por volta das 18h00, mas com condicionamentos que se prolongaram até o final da noite, uma vez que as equipas de limpeza e investigação continuaram a trabalhar no local.

Muitos condutores que ficaram retidos no trânsito expressaram frustração, uma vez que o incidente coincidiu com a hora de maior movimento no final da tarde. A PSP esteve presente para coordenar o trânsito e garantir a segurança nas vias.

Investigação e Causas

As causas do incêndio ainda estão sob investigação. Peritos da Polícia Judiciária (PJ) e técnicos da Tesla Portugal foram mobilizados para averiguar o que pode ter provocado o fogo, com particular foco na análise da bateria do veículo e no sistema elétrico. A Tesla, em comunicado oficial, afirmou estar a colaborar com as autoridades para determinar o que aconteceu e garantiu que este tipo de incidente é raro, dada a elevada segurança dos seus modelos.

Segundo especialistas, os veículos elétricos, em especial os equipados com baterias de lítio, têm mecanismos avançados de segurança para evitar incêndios, mas, como qualquer tecnologia, não estão isentos de falhas. A marca americana destacou que, de acordo com os seus dados, os seus carros são menos propensos a incêndios do que os veículos movidos a combustíveis fósseis, e que o condutor fez bem em abandonar o carro rapidamente, evitando assim consequências mais graves.

Histórico de Incêndios em Veículos Elétricos

Este não é o primeiro caso de um Tesla incendiado em Portugal, embora incidentes dessa natureza sejam raros. A marca já registou alguns episódios similares em outros países, nomeadamente nos Estados Unidos e na China, onde os automóveis elétricos da empresa sofreram incêndios, maioritariamente relacionados com falhas nas baterias.

As autoridades portuguesas têm demonstrado preocupação com o aumento da popularidade dos veículos elétricos e com a eventualidade de acidentes com incêndios deste tipo, especialmente em zonas urbanas e vias rápidas de grande circulação, como a CRIL. Contudo, especialistas apontam que os riscos associados aos veículos elétricos não são necessariamente superiores aos dos veículos a combustão interna, e que, apesar de incidentes como este serem vistosos, são incomuns.

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Testemunhas e Reações

Testemunhas do incidente, que seguiam pela CRIL, relataram ter visto uma grande coluna de fumo negro no local, que era visível a várias centenas de metros. Um dos condutores, que seguia logo atrás do Tesla, afirmou que ficou assustado com a rapidez com que o fogo se propagou, destacando a sorte do condutor em ter conseguido sair do veículo a tempo. “Foi tudo muito rápido. Ele saiu e mal teve tempo de se afastar, já havia fogo por toda a parte de baixo do carro”, disse uma testemunha.

Nas redes sociais, o incidente gerou um debate entre os defensores dos veículos elétricos e críticos da tecnologia. Alguns utilizadores questionaram a segurança dos carros movidos a baterias, enquanto outros sublinharam que o número de incidentes em veículos convencionais ainda é significativamente maior.

O Papel dos Veículos Elétricos no Futuro da Mobilidade

O incidente volta a trazer à tona a discussão sobre a segurança dos veículos elétricos e os desafios da transição para uma mobilidade mais sustentável. À medida que o número de automóveis elétricos aumenta nas estradas portuguesas, o país precisa de estar preparado para lidar com novas questões de segurança rodoviária, incluindo a resposta rápida e eficiente a incidentes com baterias.

Os bombeiros que atuaram no local destacaram que o uso de veículos elétricos é ainda relativamente recente em Portugal, e que situações como esta servem para aprimorar os procedimentos de emergência, especialmente no que toca ao combate a incêndios de baterias de lítio, que têm características muito diferentes dos incêndios tradicionais.