Beirute, 26 de setembro de 2024 – Em mais uma escalada das tensões entre Israel e o Hezbollah, forças israelitas lançaram um ataque aéreo de precisão contra a capital libanesa, Beirute, na tarde desta quinta-feira. De acordo com as Forças de Defesa de Israel (IDF), o alvo do ataque era Mohammad Hussein Surur, um chefe de uma unidade aérea do Hezbollah, que foi morto durante o bombardeio em um subúrbio no sul da cidade.
Em uma publicação na rede social X (antigo Twitter), a Força Aérea de Israel confirmou a operação, destacando que “os caças atacaram Beirute e mataram Mohammad Hussein Surur”. As IDF reiteraram o compromisso de continuar a desmantelar as capacidades do Hezbollah, considerado por Israel como uma organização terrorista, e enfraquecer o comando superior do grupo militante.
Vítimas civis
O Ministério da Saúde do Líbano confirmou que, além do líder do Hezbollah, pelo menos duas pessoas morreram no ataque, e uma mulher encontra-se em estado crítico. O bombardeio provocou pânico e caos em Beirute, com o edifício alvejado a ficar severamente danificado. Imagens do local mostraram o prédio destruído, visto através de janelas estilhaçadas de veículos estacionados nas proximidades, refletindo a devastação causada pela explosão.
O ataque desta tarde ocorre em meio a uma série de operações israelitas contra o Hezbollah no Líbano. Durante a noite anterior, as forças israelitas já haviam atingido 75 alvos do grupo militante na região de Beca, ao leste do país. A IDF informou que os bombardeios visam enfraquecer a capacidade ofensiva do Hezbollah, que tem lançado rockets em retaliação contra o território israelita.
Escalada de ataques e retaliações
A ofensiva israelita segue uma escalada contínua de hostilidades entre Israel e o Hezbollah, grupo apoiado pelo Irã e com base no Líbano. Segundo as IDF, o Hezbollah lançou cerca de 45 rockets em direção a Israel apenas nesta manhã, dos quais alguns foram interceptados pelo sistema de defesa antimísseis, enquanto outros caíram em áreas desabitadas, sem causar feridos.
O confronto entre as duas partes não se limita a Beirute. Ataques israelitas foram também relatados em várias áreas do Líbano, incluindo a aldeia de Shuba, no sul do país, uma zona frequentemente alvo de bombardeios devido à presença de forças do Hezbollah. A violência tem se intensificado nas últimas semanas, com ambas as partes trocando fogo aéreo regularmente.
Mortes no Líbano
De acordo com as autoridades libanesas, a situação humanitária está a piorar rapidamente. O Ministério da Saúde libanês anunciou que o número total de mortos desde segunda-feira subiu para mais de 630, com mais de 2.000 pessoas feridas, resultado dos contínuos bombardeios israelitas em diversas regiões do país. Milhares de pessoas estão a fugir para o sul do Líbano em busca de segurança, tentando escapar da devastação nas áreas mais afetadas.
Entre os incidentes mais trágicos dos últimos dias está o ataque aéreo israelita que matou 19 refugiados sírios na cidade de Younine, no leste do Líbano. O edifício atingido abrigava trabalhadores sírios que haviam fugido do conflito na Síria e estavam a residir temporariamente na região. Inicialmente, a imprensa libanesa reportou 23 mortes, mas o número foi posteriormente corrigido pelo Ministério da Saúde.
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Além das vítimas em Younine, outras localidades libanesas também foram severamente atingidas. Três pessoas foram mortas no distrito de Tyre, duas em Cadmus, e uma em Qana, todas no sul do Líbano. O caos e a destruição espalham-se por várias regiões, levando o governo libanês a fazer apelos urgentes por ajuda internacional e por uma intervenção para pôr fim à violência.
Ameaças e continuidade dos ataques
As IDF continuam a afirmar que a sua campanha contra o Hezbollah irá prosseguir, com o objetivo de desmantelar as infraestruturas e as capacidades militares do grupo. “Continuaremos a trabalhar para minar as capacidades da organização terrorista Hezbollah e para desmantelar o comando superior da organização”, reiterou um porta-voz das Forças de Defesa de Israel em um comunicado oficial.
Enquanto isso, o Hezbollah tem respondido com lançamentos de rockets, mantendo o confronto em um ciclo de violência que parece longe de acabar. O Líbano, já profundamente afetado por uma crise econômica e política, enfrenta agora uma nova onda de destruição, com centenas de mortos e feridos, além de uma crescente população deslocada.
As consequências deste conflito já se fazem sentir em toda a região, e as esperanças de um cessar-fogo imediato parecem cada vez mais distantes, com ambos os lados firmes em suas posições.