Fábio Loureiro, um dos reclusos que protagonizou uma fuga audaciosa da prisão de Vale dos Judeus, em Almeirim, aceitou ser extraditado para Portugal após ter sido capturado na Bélgica. A fuga, que ocorreu em julho deste ano, chocou as autoridades portuguesas, uma vez que se tratava de uma das mais espetaculares evasões das últimas décadas. A recaptura de Loureiro foi resultado de um trabalho conjunto entre as autoridades portuguesas e a Interpol, culminando na sua detenção na cidade de Bruxelas.
A Fuga de Vale dos Judeus
A prisão de Vale dos Judeus, conhecida pelas suas medidas de segurança reforçadas, foi palco de uma fuga surpreendente no verão de 2024. Fábio Loureiro, juntamente com outros dois reclusos, conseguiu escapar do estabelecimento prisional através de um plano que envolveu a criação de uma abertura na parede da cela e a subsequente escalada do muro de segurança. A fuga foi descoberta pouco tempo depois, gerando uma enorme operação de busca a nível nacional e internacional.
Loureiro, que cumpria pena por tráfico de drogas e assaltos à mão armada, estava considerado como um recluso de alta periculosidade. A fuga colocou em alerta as autoridades policiais em Portugal e nos países vizinhos, que foram informados imediatamente sobre a possibilidade de uma fuga para o estrangeiro.
Captura na Bélgica
Após semanas de buscas intensivas, Fábio Loureiro foi localizado e detido em Bruxelas, na Bélgica. A cooperação entre as polícias de ambos os países, com o apoio da Interpol, foi essencial para a identificação do fugitivo. Fontes judiciais confirmaram que Loureiro estava a viver sob identidade falsa na capital belga, tentando evitar a detenção enquanto aguardava uma oportunidade para escapar para outro país.
A captura de Loureiro foi descrita pelas autoridades portuguesas como um golpe importante contra a criminalidade organizada, uma vez que ele era considerado um dos líderes de uma rede de tráfico de estupefacientes ativa no sul de Portugal. A detenção ocorreu sem resistência e Loureiro foi imediatamente levado sob custódia para um centro de detenção em Bruxelas, enquanto as autoridades portuguesas iniciaram os trâmites legais para a sua extradição.
Aceitação da Extradição
Esta semana, durante uma audiência no tribunal belga, Fábio Loureiro aceitou voluntariamente ser extraditado para Portugal. A sua decisão evitou um longo processo judicial de contestação, que poderia ter atrasado o seu retorno ao país por vários meses. Segundo o advogado de defesa de Loureiro, a decisão de aceitar a extradição foi tomada após a constatação de que não havia bases legais suficientes para contestar o pedido português.
O tribunal belga já autorizou formalmente a extradição, e as autoridades portuguesas esperam que Loureiro seja transferido nas próximas semanas. O detido será levado de volta à prisão de Vale dos Judeus, onde deverá cumprir o restante da sua pena, além de enfrentar novos processos judiciais relacionados com a fuga e outros crimes que possa ter cometido durante o tempo em que esteve foragido.
Repercussão e Reforço da Segurança
A fuga de Vale dos Judeus gerou grande repercussão na sociedade e nas instituições responsáveis pelo sistema prisional português. As falhas de segurança expostas durante o episódio foram amplamente criticadas, levando à abertura de um inquérito interno para apurar responsabilidades. Desde então, as medidas de segurança no estabelecimento prisional foram reforçadas, incluindo a instalação de novas câmaras de vigilância e a revisão dos protocolos de monitorização dos reclusos considerados de alto risco.
O caso também trouxe à tona a necessidade de maior cooperação entre as polícias de diferentes países no combate à criminalidade transnacional. A rapidez com que as autoridades portuguesas e belgas agiram para localizar e deter Fábio Loureiro foi elogiada por especialistas em segurança.
O Futuro dos Outros Fugitivos
Com a recaptura de Fábio Loureiro, as atenções voltam-se agora para a busca pelos outros dois reclusos que também escaparam de Vale dos Judeus. As autoridades continuam a investigar o paradeiro dos fugitivos, que até ao momento permanecem em fuga. A polícia acredita que os dois homens possam estar escondidos em algum país da União Europeia, e os esforços de cooperação internacional continuam em andamento para garantir a sua captura.
As autoridades judiciais portuguesas já emitiram mandados de captura europeus para os dois reclusos restantes, e a Interpol continua a monitorizar as fronteiras na tentativa de evitar que os fugitivos escapem para fora do continente.