Na tarde desta segunda-feira (7), a Polícia Judiciária (PJ) deteve em Lisboa um cidadão francês, de 36 anos, procurado internacionalmente pelas autoridades de França, sob a acusação de homicídio qualificado. O homem, que se encontrava foragido desde o início deste ano, é suspeito de ter assassinado uma vítima do sexo masculino e abandonado o corpo num pântano na região da Occitânia, em França. A detenção foi realizada em cooperação com as autoridades francesas, no âmbito de um mandado de detenção europeu emitido pelas autoridades judiciais daquele país.
O suspeito foi localizado pela Unidade de Informação Criminal da PJ, que trabalhou em estreita colaboração com a Interpol e as forças de segurança francesas. De acordo com informações fornecidas pela polícia, o indivíduo vivia em Portugal há vários meses, utilizando identidades falsas para evitar ser identificado e capturado.
O crime: assassinato brutal e abandono num pântano
De acordo com as autoridades francesas, o crime ocorreu em fevereiro de 2024, na pequena localidade de Castelnau-de-Montmiral, uma região tranquila conhecida pelas suas paisagens bucólicas. A vítima, um homem de 42 anos, foi morta de forma violenta, e o seu corpo foi encontrado abandonado num pântano próximo da cidade, numa tentativa aparente de ocultar o homicídio.
As investigações iniciais conduzidas pelas autoridades francesas apontam para um crime premeditado, com motivações ainda por esclarecer. O corpo da vítima foi descoberto por um grupo de caçadores, que alertaram imediatamente as autoridades locais. Segundo a autópsia, a vítima teria sido agredida com um objeto contundente e, posteriormente, deixada no local, onde foi encontrada submersa parcialmente em água e lama.
Desde então, as forças de segurança francesas iniciaram uma investigação exaustiva para identificar o autor do crime, resultando na emissão de um mandado de captura contra o suspeito agora detido em Lisboa. A colaboração entre as autoridades portuguesas e francesas foi fundamental para a localização e captura do indivíduo.
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A fuga para Portugal e a vida sob identidades falsas
Após cometer o homicídio, o suspeito fugiu de França e entrou em Portugal, onde permaneceu durante vários meses, utilizando identidades falsas e movendo-se com cautela para evitar ser detetado pelas autoridades. De acordo com a Polícia Judiciária, o homem vivia na capital, Lisboa, e mudava-se com frequência entre diferentes locais, o que dificultou as operações de vigilância.
A investigação para localizar o suspeito envolveu o rastreamento de atividades bancárias, contactos telefónicos e a análise de movimentos suspeitos em várias zonas de Lisboa. O homem não tinha uma residência fixa e evitava utilizar os seus documentos reais, recorrendo a uma rede de contactos que o ajudou a permanecer incógnito enquanto estava em fuga.
Fontes próximas da investigação indicam que o homem também estava envolvido em atividades criminosas menores em Portugal, o que terá alertado as autoridades locais para a sua presença. Foi com base nestas atividades que as forças de segurança conseguiram cruzar dados que levaram à sua captura.
Detenção em Lisboa e colaboração internacional
A detenção do homicida ocorreu numa operação discreta e planeada, coordenada entre a Polícia Judiciária portuguesa e a Gendarmerie Nationale de França. O homem foi abordado numa rua do centro de Lisboa por agentes da PJ, que o surpreenderam enquanto saía de um apartamento onde residia temporariamente.
De acordo com o porta-voz da Polícia Judiciária, a operação decorreu sem incidentes e o homem não ofereceu resistência no momento da detenção. “Foi uma operação que exigiu um grande trabalho de cooperação internacional, e felizmente conseguimos localizar o suspeito antes que pudesse escapar novamente”, afirmou o responsável da PJ.
As autoridades francesas já manifestaram o seu agradecimento às autoridades portuguesas pela rápida resposta e eficácia na captura do suspeito, que será brevemente extraditado para França, onde enfrentará um julgamento por homicídio qualificado.
Extraditado para França em breve
Com base no mandado de detenção europeu emitido, o suspeito deverá ser entregue às autoridades francesas nos próximos dias, após a conclusão dos trâmites legais necessários para a sua extradição. De acordo com as leis europeias, o processo de extradição é geralmente rápido em casos como este, onde o crime é de natureza grave e o suspeito é considerado uma ameaça pública.
O homem será transportado sob forte escolta policial para França, onde responderá perante a justiça pelas acusações que recaem sobre ele. A Justiça francesa já fez saber que o julgamento deverá ocorrer no Tribunal de Grande Instância de Toulouse, cidade próxima do local onde o crime foi cometido.
A detenção deste homicida é vista como um golpe significativo para a criminalidade transfronteiriça, evidenciando a importância da cooperação entre as autoridades europeias na luta contra o crime internacional.