Depressão Aitor e Rio Atmosférico: 8 Perguntas e Respostas sobre o que Traz Chuva e Vento a Portugal

Depressão Aitor e Rio Atmosférico: 8 Perguntas e Respostas sobre o que Traz Chuva e Vento a Portugal

Alterações Climáticas Clima Portugal Segurança Pública

Nos últimos dias, Portugal tem sido fortemente afetado pela Depressão Aitor, acompanhada por um fenómeno meteorológico conhecido como rio atmosférico, que trouxe chuvas intensas, ventos fortes e um aumento do risco de inundações. Mas o que são exatamente esses fenómenos e como afetam o nosso clima? Este artigo responde a oito perguntas chave para entender o impacto da Depressão Aitor e dos rios atmosféricos em Portugal.

1. O que é a Depressão Aitor?

A Depressão Aitor é um sistema de baixa pressão atmosférica, caracterizado pela instabilidade meteorológica, que traz consigo ventos fortes, precipitação intensa e uma queda nas temperaturas. Estas depressões são comuns durante o outono e o inverno no Atlântico Norte, afetando a Europa, incluindo Portugal. No caso da Depressão Aitor, o sistema originou-se ao largo da costa oeste europeia e rapidamente se deslocou para o território português, trazendo condições meteorológicas adversas.

As depressões como a Aitor formam-se quando massas de ar quente e frio se encontram, criando um centro de baixa pressão. Este centro provoca movimentos ascendentes do ar, o que leva à formação de nuvens de chuva e ventos intensos. É precisamente esta interação entre diferentes massas de ar que gera o clima tempestuoso sentido em várias regiões de Portugal.

2. O que é um rio atmosférico?

Um rio atmosférico é um fenómeno meteorológico em que grandes quantidades de vapor de água são transportadas por correntes de vento desde os trópicos até latitudes mais elevadas, como a Europa. Estes “rios” de humidade podem estender-se por milhares de quilómetros e são responsáveis por precipitações intensas quando o vapor de água é libertado sob a forma de chuva.

No caso de Portugal, o rio atmosférico que acompanhou a Depressão Aitor trouxe grandes volumes de humidade do Atlântico, resultando em chuvas fortes e persistentes, particularmente no norte e centro do país. Este fenómeno é relativamente comum durante os meses de inverno, mas pode ter consequências severas quando coincide com sistemas de baixa pressão, como foi o caso da Aitor.

3. Por que razão estes fenómenos são perigosos?

A combinação de uma depressão com um rio atmosférico pode resultar em eventos climáticos extremos, como chuvas torrenciais e ventos intensos. Estes fenómenos podem aumentar o risco de inundações, deslizamentos de terra e outros desastres naturais. Em regiões montanhosas, como as serras do norte e centro de Portugal, o perigo de cheias súbitas é elevado, especialmente em áreas onde os cursos de água não conseguem drenar o volume adicional de precipitação.

Além disso, os ventos fortes que acompanham a Depressão Aitor podem causar danos materiais, derrubar árvores e linhas elétricas, e perturbar as infraestruturas de transporte, como estradas e ferrovias. Estes riscos tornam a monitorização e a preparação essencial para minimizar os impactos nas comunidades afetadas.

4. Como está Portugal a ser afetado pela Depressão Aitor?

Desde que a Depressão Aitor atingiu Portugal, várias regiões do país registaram chuvas intensas e ventos que ultrapassaram os 100 km/h. O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) emitiu alertas laranja e amarelo para grande parte do país, devido ao risco de inundações e ventos fortes.

Em cidades como Porto, Braga e Viana do Castelo, as chuvas fortes resultaram em inundações em áreas urbanas e rurais, causando interrupções no tráfego e na eletricidade. Na Madeira, os ventos atingiram velocidades preocupantes, levando ao encerramento temporário do aeroporto devido às condições de segurança. As autoridades apelam à população para evitar deslocações desnecessárias e seguir as recomendações de segurança.

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5. Quanto tempo irá durar esta situação?

De acordo com as previsões meteorológicas do IPMA, a Depressão Aitor e o rio atmosférico associado deverão continuar a afetar Portugal durante os próximos dias. A intensidade da precipitação poderá diminuir gradualmente, mas ventos fortes continuarão a ser uma preocupação, especialmente nas regiões costeiras e em zonas de montanha.

É provável que as condições meteorológicas adversas durem até ao final da semana, com chuvas moderadas e localmente fortes em algumas áreas, antes que o sistema de baixa pressão comece a deslocar-se para o interior da Europa. As autoridades continuam a monitorizar a evolução do fenómeno e a emitir avisos meteorológicos conforme necessário.

6. Quais são os riscos para as populações e infraestruturas?

Os principais riscos associados a este tipo de fenómeno incluem:

  • Inundações: As chuvas intensas podem sobrecarregar os sistemas de drenagem, especialmente em áreas urbanas, onde as superfícies pavimentadas impedem a absorção de água. Em zonas ribeirinhas e costeiras, o risco de cheias é elevado.
  • Deslizamentos de terra: As encostas saturadas pela água da chuva estão mais propensas a deslizamentos, particularmente em áreas montanhosas.
  • Danos materiais: Ventos fortes podem causar a queda de árvores, danos a telhados e infraestruturas, bem como a interrupção de serviços públicos, como a eletricidade e o transporte.
  • Perturbações nos transportes: Os ventos e as chuvas intensas podem forçar o cancelamento de voos, o encerramento de estradas e a suspensão de serviços ferroviários, criando perturbações generalizadas.

7. O que devem as pessoas fazer para se proteger?

As autoridades recomendam que as populações sigam estas diretrizes:

  • Evitar deslocações não essenciais durante os períodos de maior intensidade de chuva e vento.
  • Garantir que as casas estão preparadas para enfrentar ventos fortes, verificando telhados e janelas.
  • Evitar áreas propensas a inundações, como margens de rios e zonas costeiras, e manter-se informado através dos boletins meteorológicos e alertas das autoridades.
  • Ter um kit de emergência com alimentos, água, medicamentos e lanternas em caso de interrupção de serviços.

8. Estes fenómenos climáticos são comuns em Portugal?

Sim, a presença de sistemas de baixa pressão como a Depressão Aitor e rios atmosféricos não é incomum durante os meses de outono e inverno. No entanto, a intensidade e frequência destes fenómenos têm aumentado, em parte devido às mudanças climáticas, que estão a tornar eventos extremos mais frequentes. Especialistas alertam que Portugal precisa de reforçar a sua preparação para lidar com tempestades severas e outros fenómenos climáticos intensos, especialmente à medida que o impacto das alterações climáticas se torna mais evidente.

Resumo

A Depressão Aitor e o rio atmosférico associado trouxeram a Portugal um período de chuvas intensas e ventos fortes, colocando o país em alerta. Com o risco de inundações, deslizamentos e danos materiais a aumentar, é essencial que as autoridades e a população continuem vigilantes e preparados. Este evento meteorológico serve como um lembrete da importância de medidas preventivas e de adaptação às mudanças climáticas, que tornam fenómenos como este cada vez mais frequentes.